primeiro dia de decreto

VÍDEO: revezamento de alunos é necessário para que escolas garantam distanciamento

Gustavo Martinez

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
No Colégio Estadual Padre Rômulo Zanchi, maior parte das salas consegue comportar os alunos, mas muitos ainda não voltaram

A partir desta segunda-feira, as escolas de todas as redes no Rio Grande do Sul inteiro foram obrigadas a receber 100% dos seus alunos de forma presencial. A exceção foram os alunos com comorbidades para a Covid-19, ou que convivem com pessoas de grupos mais vulneráveis.


Nesta segunda o Diário visitou escolas das redes municipal, estadual e particular de Santa Maria. Com a ressalva das comorbidades e diversas outras situações, é seguro dizer que o ensino remoto ainda não acabou na cidade. 

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Diácono João Luiz Pozzobon, na Vila Maringá, o movimento nesta segunda-feira foi tranquilo, ainda assim, a regra é o revezamento das turmas. A supervisora pedagógica dos anos finais da escola, Evelin Santos Teixeira, comentou o caso da escola, que atende, além do ensino fundamental, turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

- Então os alunos foram divididos em dois grupos. Durante esta semana está vindo o grupo um e na próxima semana esses alunos ficam em casa, em atividade remota, e vem então para a escola os alunos do grupo dois - explicou Evelin.

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Isso acontece pois nem todas as salas de aulas comportam todos os alunos seguindo as regras de distanciamento social colocadas pelo decreto, que diz que deve haver o espaço de um metro entre cada aluno, a alternativa é separar as turmas em grupos menores e revezar as aulas presenciais entre elas. Essa medida também é prevista pelo decreto.

Na EMEF Ione Medianeira Parcianello também ocorrem aulas através de dois grupos, são dois dias na semana para cada um deles. Na quarta-feira, dia sem aulas para os anos finais, são ministradas aulas de reforço nas disciplinas de português, matemática e ciências. Quanto a isso não há queixas, o único problema que o escalonamento trouxe à escola foi a questão da limpeza entre os turnos de aula. 

- Carecemos de mais um funcionário para a limpeza. O intervalo entre os turnos é pequeno, o que torna difícil que toda a escola esteja pronta. Estamos com a carga horária cheia, 4h/aula por turmas - afirma a diretora Marli Rodrigues Giacomelli.

O cenário no Colégio Estadual Padre Rômulo Zanchi, no bairro Presidente João Goulart, é muito similar mas, segundo a vice-direção, uma parte dos alunos não compareceu às aulas mesmo com a obrigatoriedade.

Contudo, se todos os estudantes comparecerem, nem todas as salas terão capacidade de comportar as turmas.

- Se todo mundo voltar, nós temos em torno de cinco turmas que teremos que fazer o revezamento, no momento ainda não é necessário - explicou o vice-diretor da manhã Jeronimo Kunz Lauer.

A ausência dos alunos, salvo os casos de comorbidades, para Jeronimo, é um caso delicado e que precisará ser avaliado melhor no futuro.

- Temos também situações diferentes. Por exemplo, tenho famílias que não moram mais aqui, famílias que se deslocaram para outras regiões da cidade e não conseguem matrícula, não conseguem vaga em escola, daí como fazer esse aluno? Vai perder o ano? Vai continuar no remoto? - questionou o vice-diretor, que também comentou que há o caso de uma aluna que mudou para Candelária e, no momento, não consegue vaga na nova cidade.

A Secretaria da Educação do Estado (Seduc) estima que cerca de 20 a 25% das escolas do Rio Grande do Sul farão o revezamento. A 8ª Coordenadoria Regional Educação afirmou que, na região, é uma média similar à estadual, mas não especificou a quantia.

ENSINO PARTICULAR
Em contrapartida, o cenário no Colégio Fátima, escola particular localizada na Avenida Presidente Vargas, é totalmente diferente.

As salas de aula estavam repletas de alunos, das séries iniciais do ensino fundamental ao ensino médio, com pouquíssimos estudantes - todos com comorbidades e com atestados - assistindo as aulas de casa.

Nesses casos, o conteúdo é transmitido ao vivo para os estudantes via chamada de vídeo.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário
Na Escola Fátima, as turmas estão com quase 100% de presença

Mesmo antes do decreto a maior parte dos alunos já estava em formato presencial. As salas de aula comportam os alunos mesmo com a distância mínima necessária entre as mesas.

- Foi muito tranquilo, foi muito importante esse retorno em função da socialização, até em função da aprendizagem, que vai se dar de forma ainda mais positiva. - avaliou a coordenadora dos anos iniciais Luciane de Oliveira Lopes Lopes.

RETORNO É BEM VISTO
Ainda que a obrigatoriedade das aulas presenciais seja recente, o cenário mudou pouco na maior parte das escolas.

Para as escolas públicas, onde hoje não é possível incluir todos os alunos, este já é um problema antigo, que existe desde que as aulas presenciais opcionais iniciaram. Por outro lado, as escolas particulares já tinham a maior parte dos seus alunos no formato presencial e, portanto, já estavam adaptadas para receber o restante.

Apesar das dificuldades diversas, o avanço da vacinação ainda confere algum grau de segurança para os professores que conversaram com o Diário nesta segunda-feira, que recebem, mais uma vez, os seus alunos de braços abertos.

MANIFESTO
Nesta terça-feira, a partir das 9h, haverá uma concentração do CPERS/sindicato, em frente ao Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre, e deve seguir até o Palácio Piratini. os membros protestam em favor da preservação da vida, uma vez que questionam o retorno obrigatório das aulas, bem como, reivindicam reajustes salariais e o fim de descontos do contra-cheque.

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